FABR e marketing: desafios durante a quarentena
- Camila Rodrigues
- 9 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Leitura muito importante em tempos de quarentena!
Em artigo elaborado por Camila Rodrigues, gerente de marketing do Flamengo Imperadores, ela discute as dificuldades enfrentadas pelas equipes de comunicação durante a quarentena. É um debate muito importante de ser levantado, tendo em vista que muitos time de Futebol Americano no Brasil ainda são amadores. Logo, as fontes de renda são escassas e se baseiam, majoritariamente, em participar de competições.
O texto original está no Linkedin da autora, e foi reproduzido abaixo:
Em tempos de pandemia vimos todos os esportes fecharem as portas e mandarem seus atletas para casa. Olimpíadas foram adiadas, campeonatos encerrados sem um campeão, calendários já conturbados foram congelados e, ao menor sinal de retorno, terão de se revirar para adaptar-se novamente. Com o futebol americano brasileiro não foi diferente. O esporte, ainda considerado amador no país, além de não contar com os campeonatos estaduais, teve sua principal competição – a Liga Brasileira de Futebol Americano, ou Liga BFA – suspensa por tempo indeterminado esta semana, onde sua previsão de início era para o mês de Julho. As complicações de lidar com a quarentena para profissionais que atuam na área esportiva são muitas, quando falamos especificamente de um esporte ainda com baixo financiamento, que não faz parte da cultura local e que nem sempre dispõe de um suporte adequado extracampo, tornamos essas complicações em verdadeiros desafios. Para aqueles que atuam dentro do campo temos as questões disciplinares quantos aos treinos e dietas, além da necessidade de uma estrutura adequada para exercícios comuns e também os específicos do esporte e de suas respectivas posições. Para diretores ficam os anseios de fechar as contas e preparar o time para o retorno assim que possível. Para as equipes de comunicação e marketing resta informar e principalmente inovar para não só atrair novos espectadores como fidelizar estes e os antigos. Explico; sem jogos, apresentações de novos uniformes, ativações, patrocínios e demais novidades que rondam este meio, fomos introduzidos em um movimento cíclico composto por informações sobre a COVID-19, posicionamentos sob as medidas tomadas para prevenção e cuidados com aqueles que já foram acometidos pela doença, memórias no chamado throwback thrusday e gincanas de entretenimento raso nas redes sociais. O fato é que os espectadores, já não são mais atraídos da mesma forma, enquanto os profissionais de comunicação e marketing esbarram em muito mais obstáculos para criação de material do que já é comum. Por consequência, podemos observar um distanciamento nesse vínculo entre o torcedor e a sua referência, principalmente em vendas e números nas redes sociais, essa nuance se faz bem evidente. O que leva à reflexão: até quando a comunicação de um time amador aguentará a falta de jogos e novidades? Viver de TBT, momentos marcantes e “desafios” tem limite. Com a queda no engajamento dos times nas mídias e a falta de previsão para retomada das atividades de forma segura, estamos presenciando o esmaecimento de uma força que tem lutado há anos para crescer e se expandir no Brasil, que é o Futebol Americano. Chegar até a TV aberta e fechada para transmissão de determinadas partidas, por exemplo, foi um grande passo que não deve ser esquecido. Longe disso, devemos lembrar esse acontecimento como uma grande conquista do esporte e transformar em combustível para que essa crise seja superada. É de suma importância nesse momento que todos os componentes de cada setor de cada time, federação ou organização, trabalhem juntos e dispostos a dar o melhor de si pelo FA Brasileiro, para que o ano de 2020 não seja um ano morto para o esporte. Estamos em crise, águas revoltas, mas não podemos encarar esse tempo parado como estagnação. É tempo de estudar, observar e reparar erros passados, planejar com mais calma e minúcia o retorno do esporte para os braços das equipes e dos torcedores. O mais importante agora é manter a chama do Futebol Americano viva no Brasil, fazer valer cada passo dado até aqui e projetar novos e melhores passos para mais adiante.
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